O mundo está apodrecendo diante dos nossos olhos. Hoje, dizer “não” virou quase um crime. Crescer com inocência? Um luxo perdido. Recomeçar? Um privilégio negado.
E aí eu pergunto: onde, exatamente, estamos falhando?
Na falta de limites? Na criação de adultos emocionalmente frágeis? Em leis tão brandas que parecem piada? Ou na ausência de quem tenha coragem de fazê-las cumprir?
Uma coisa eu deixo claro: sempre ficarei do lado das vítimas. SEMPRE. Quem justifica a violência, já escolheu o lado errado.
É repugnante perceber que aqui, bem perto de nós, mulheres continuam sendo arrastadas, humilhadas, violentadas, assassinadas como se ainda vivêssemos na Idade da Pedra.
E pior: esquecemos rápido demais. Como se vidas destruídas fossem apenas manchetes de um dia.
E enquanto isso… monstros viram celebridades. Psicopatas ganham séries, documentários, fãs.
Que ibope doente é esse que transforma a escuridão em espetáculo? Monstros em protagonistas?
Defender a mulher não é favoritismo. É justiça. É urgência. É humanidade.
Ainda vivemos em um mundo onde muitas mulheres precisam justificar sua força, explicar seus limites e até pedir permissão para existir sem medo. Isso não é normal e não podemos aceitar como se fosse.
Ser mulher não deveria significar ser alvo de violência, julgamento, desrespeito ou silenciamento. Ser mulher deveria significar apenas isso: ser humana, ter voz, ter liberdade, ter segurança.
Quando defendemos uma mulher, defendemos também o direito dela de caminhar sem ser diminuída, trabalhar sem ser assediada, amar sem ser machucada, existir sem ser controlada.
A defesa da mulher não é um discurso, é uma postura, é um compromisso diário de não tolerar abusos, de não justificar agressões, de não minimizar dor alguma.
Porque toda mulher merece viver o que sempre foi dela por direito: respeito, dignidade e paz.
Se você não se incomoda em ver todos os dias mulheres serem mortas de forma brutal, e crianças crescerem sem o amor e a proteção maternal, porque algum fraco não foi capaz de administrar um não, o problema não é o mundo. É você que parou de sentir.
Vera Fernandes – Policial Penal