Falta de efetivo: Presos fogem da Cadeia Pública de Nova Mutum

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Ana Paula Barros

Assessoria de Imprensa- Sindspen/MT

 

A noite de ontem (29.08), foi tensa na Cadeia Pública de Nova Mutum (MT), presos tentaram se rebelar e rendaram os únicos dois (02) Agentes Penitenciários que estavam de plantão na unidade. Por volta das 20hs, os detentos que ficam na parte externa conseguiram render os agentes, que eram apenas dois, portanto sem chance alguma de defesa. Segundo informações, 152 presos que ficam na parte interna, estariam envolvidos na tentativa de rebelião e contaram com a ajuda dos que estavam trabalhando.

 

Para a fuga eles levaram o carro de um dos agentes feito de refém, além de armas. Ao todo quatro (04) presos conseguiram fugir e os 148 que ficaram, fizeram algazarra tentando fuga, quebraram boa parte da cadeia, a situação só não foi pior devido a ação rápida de outros agentes que estavam de folga que foram acionados pela direção da unidade e da Policia Militar (PM) que entraram na unidade e tomaram controle da situação, impedindo um numero maior de fugitivos.

Segundo o Presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado de Mato Grosso (SINDSPEN-MT), João Batista, essa é a realidade das unidades em todo Estado, falta de efetivo, que possivelmente facilitou a ação dos presos, pois uma cadeia que tem capacidade para 54 presos e atualmente está superlotada com 152 detentos, tendo um efetivo de apenas dois (02) agentes por plantão, não teria um resultado diferente em um momento como esse.

 

Para Batista, a situação mostra o descaso do Governo com o sistema penitenciário, pois apesar do concurso estar em andamento não vemos por parte do Governo do Estado a celeridade para a liberação da jornada voluntária extraordinária, que nada mais é do que o pagamento de horas extras para servidores que estão de folga darem apoio aos que estão de plantão, diminuindo assim o déficit  nas unidades, resguardando a vida dos nossos servidores.

 

Lembrando que o atual diretor da cadeia, Antônio de Lima, já colocou por várias vezes a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SEJUDH) a disposição o cargo, por falta de apoio. “Mutum passou por uma revolução se tornando referencia e modelo de cadeia em todo Estado, com um novo modelo de gestão cujo objetivo foi restabelecer a ordem na unidade. Todo esse processo contou com a colaboração dos poucos servidores que diariamente colocam suas vidas em risco para um sistema melhor, trazendo benefícios para os presos e a sociedade, mas em contrapartida colocando em risco a própria segurança, como podemos ver claramente nos fatos ocorridos na noite de ontem, onde agentes foram rendidos por presos da parte interna”, disse Batista.

 

“A cadeia conta com 152 presos e por plantão, há apenas dois agentes penitenciários. O Conselho Nacional de Justiça indica que pelo número de presos, deveria ser trinta (30) sendo ao menos sete agentes por plantão, para que seja feito uma segurança mínima, mas a realidade é outra, apenas dois (02), deixando assim um sistema vulnerável”, frisou Batista.