Agentes revezam coletes

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O Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado de Mato Grosso (Sindspen-MT) reivindica melhores condições de trabalho aos servidores. Dentre os apontamentos estão a necessidade de coletes a prova de balas e de pistolas para os agentes. “O sistema pode entrar em colapso porque só há investimento na repressão e não na ponta da cadeia”, cobra o presidente, João Batista Pereira de Souza.

O sindicalista diz que o armamento é suficiente para a segurança das unidades, mas não cobre aqueles agentes que precisam fazer a escolta dos presos para as audiências ou atendimentos médicos. Enquanto que os coletes são utilizados em sistema de rodízio. “Deveria ser um para cada servidor e não haver esse compartilhamento porque não permite a higienização do objeto”, esclarece.

 

Souza lembra que os agentes estão impedidos de fazer a revista nos visitantes, fato esse que então contribui com a entrada de produtos proibidos nas unidades penitenciárias de Mato Grosso.  O presidente comenta que no último final de semana, uma visitante foi flagrada com quase meio quilo de cocaína no corpo, enquanto tentava entrar na Penitenciária Central do Estado (PCE). Para desenvolver o trabalho e inibir esse tipo de ação, Souza diz que os agentes realizam entrevistas e uma análise comportamental da pessoa. “Normalmente, o indivíduo acaba se denunciando”, diz.

 

As viaturas também precisam de uma atenção maior, conforme aponta Souza. Os veículos não passam por manutenção e algumas vezes já estragaram no meio de um trajeto. “O preso e os agentes precisaram empurrar, no centro da cidade, há poucos dias”, conta.

 

No próximo dia 18, a categoria realizará uma assembleia para discutir sobre a realização do concurso público que havia sido cobrado do Governo do Estado, em 2015. Diante disso, o Sindspen comenta que há uma possibilidade de paralisação, caso não haja um posicionamento a contento. “Ainda decidiremos como será essa paralisação, como procederemos, mas precisamos cobrar esse certame”, aponta Souza.

 

A Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) rebateu as informações do Sindspen e lembrou que o sistema penitenciário recebeu diversos investimentos no ano passa-

do. Como a entrega de equipamentos bélicos para o setor em um investimento total de R$ 4,2 milhões. Foram adquiridas 692 pistolas, 96 fuzis, mais de 650 espingardas, 170 revólveres e 695 coletes de proteção balística. Todo o material fica sob a guarda do Serviço de Operações Penitenciárias Especializadas (SOE) e é gerido pelo Departamento de Armas e Logística Penitenciária (DALP) setor responsável pela aquisição, controle, distribuição e guarda deste material.

 

Foram comprados também equipamentos de revista eletrônica sendo cinco raios-X, 32 portais, 141 detectores manuais e 61 banquetas, por meio do Programa de Modernização do Sistema Prisional Brasileiro. O objetivo da ação é propiciar melhorias nas revistas realizadas nas entradas das unidades, inibindo a entrada de drogas, aparelhos telefônicos e armas.

 

Quanto às viaturas, a assessoria de imprensa não conseguiu levantar as informações até o fechamento desta matéria.

 

Sobre o concurso, a Sejudh informou que a demanda já foi repassada à Casa Civil que está analisando o pedido. (NA)

 

Fonte: Gazeta digital