Policiais penais impediram ao menos duas tentativas de fuga nas unidades prisionais do Estado nas últimas 48 horas, uma no município de Sinop (distante 480 km de Cuiabá) e outra na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, em Cuiabá. Nas últimas semanas de dezembro de 2021, os agentes impediram ao menos outras quatro tentativas de fuga de detentos nos presídios de Mato Grosso, inclusive quando capturou uma presa já no telhado da Penitenciária Feminina no momento em que tentava fugir da unidade, no último dia 28.
Em Sinop, na tentativa de fuga do presídio Osvaldo Florentino Leite, o “Ferrugem”, os policiais penais que faziam a vigilância das torres da unidade perceberam a presença de internos no telhado do raio 3. Os servidores agiram rapidamente e fizeram a captura dos fugitivos antes mesmo de eles terem acesso ao alambrado.
Após a ação, os policiais fizeram uma varredura em todos os raios da unidade. Durante a revista, os servidores localizaram a grade que foi serrada e encontraram cordas improvisadas que auxiliaram os internos no acesso ao telhado. A tentativa de fuga ocorreu na segunda-feira (03.01).
“Em nenhum momento deixamos nossos postos de trabalho. Estamos com 100% do efetivo trabalhando para manter a segurança dentro das unidades prisionais e consequentemente da sociedade que é o que mais importa. Reforço que nossa categoria segue lutando pela recomposição salarial dos últimos 10 anos e equiparação salarial junto às demais forças da Segurança Pública”, explica o presidente do Sindicato dos Policiais Penais de Mato Grosso (Sindspen-MT), Amaury Neves.
Nos últimos dias, durante revistas cotidianas policiais penais localizaram buracos que estavam sendo cavados para fuga dos detentos em dois refeitórios da Penitenciária Central do Estado (PCE), na Capital.
Apreensão de drogas, armas e celulares
Policiais Penais apreenderam 30 aparelhos celulares durante revistas nas celas da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá, e na penitenciária da Mata Grande, em Rondonópolis. As ações policiais ocorreram durante o período de greve da categoria que manteve 100% do efetivo trabalhando nas unidades. Apenas serviços não essenciais deixaram de ser realizados.
Além dos aparelhos celulares, foram apreendidos fones de ouvidos, cabos USB, carregadores, chips, substâncias análogas a entorpecentes, bebidas alcoólicas artesanais, além de facas artesanais e pedaços de ferro tipo “chuços”. “É um direito constitucional nosso fazermos a paralisação em busca da recomposição salarial. Ainda assim, em momento algum deixamos de exercer nossa função e dever”, ponderou Neves.
Pausa
Na última segunda-feira (03.01), o Sindspen-MT decidiu, em Assembleia Geral Extraordinária da categoria pausar a paralisação por dois dias, até esta quarta-feira (05.01), quando se reúne com o Governo do Estado e uma nova Assembleia está marcada.
Paralisação
Os policiais penais de Mato Grosso, paralisados desde 16 de dezembro, somam atualmente 2,8 mil servidores, lotados em 46 unidades prisionais e buscam a recomposição salarial dos últimos 10 anos e plano gradativo de equiparação salarial. Atualmente, os policiais penais representam a menor categoria em número de servidores das três forças de segurança pública, são elas: policiais civis, militares e penais. Estes profissionais passam a maior parte do tempo da pena com reeducandos, tendo contato diário dentro dos presídios, cadeias e unidades prisionais.