“É urgente a necessidade de se discutir sobre a saúde mental do Policial Penal do Estado de Mato Grosso, pois em um período de um ano ocorreram quatro baixas da mesma forma, suicídio”
Com o lema “Nenhuma vida a menos”, a iniciativa das policiais penais Jemima Camargo e Ivanilda Sabino – em meio a campanhas que são desenvolvidas no setembro amarelo, mês de prevenção ao suicídio – ganha estrutura para implementar a ideia e convidar os servidores da segurança pública, em especial o Policial Penal, a participar do ciclo de atividades educacionais sobre prevenção ao suicídio do policial.
Segundo o relatório anual do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em outubro de 2020, só em 2019, 65 policiais militares e 26 civis cometeram suicídio. Naquele mesmo ano, o número de PMs mortos em serviço foi de 56 e o de policiais civis, 16. Deste número, duas perdas aconteceram em Mato Grosso, sendo um Policial Civil e outro Militar.
O relatório ainda sinaliza que “o volume de suicídios acende um alerta sobre a necessidade das corporações prestarem mais assistência à saúde mental dos agentes. O estresse inerente à função de policial e conflitos institucionais, como assédio moral, são apontados como fatores que, em conjunto com outros, podem contribuir para essas perdas”.
– É urgente a necessidade de se discutir sobre a saúde mental do Policial Penal do Estado de Mato Grosso, pois em um período de um ano ocorreram quatro baixas da mesma forma e com o mesmo gênero – ressalta Jemima, uma das idealizadoras da iniciativa.
Ainda em um período de ajustes e adequações, sob o viés didático, que busca informar – o movimento conta o apoio de parlamentares que abraçaram a ideia e buscam estruturá-la, para que seja alternativa ao policial penal, entre outros, ter informações e buscar conhecimento acerca desse problema. Um estudo tem sido realizado para aprimorar os métodos que serão utilizados nos procedimentos de abordagem ao servidor – desenvolver estratégias de intervenção, dentre outros componentes de estruturação da iniciativa.
– Temos apoio dos Deputados Estaduais João Batista, Lúdio Cabral, do Deputado Federal Emanuelzinho, da Defensoria Pública e do Sindicato dos Servidores Penitenciários de Mato Grosso (Sindspen-MT). Estamos correndo contra o tempo para implementar um plano de intervenção em paralelo ao serviço que o Estado e o sindicato desenvolvem, a fim de ajudar na resolução do desafio que temos – reitera a policial penal.
– Sabemos que existem uma série de fatores, tais como: sociais, culturais, psiquiátricos e psicológicos. E isso pode desencadear uma situação de risco. E se tratando do policial, estatisticamente é comprovado que a chance de um profissional da segurança pública ter a vida ceifada desta forma é quatro vezes maior do que a população comum, dado também o facilitador que é a arma de fogo, sua principal ferramenta de trabalho – completa IvanildaSabino.
– Outro ponto é o lado financeiro, hoje a Policial Penal tem o pior salário da segurança pública, para uma outra série de problemas, endividamentos, moradia em locais vulneráveis a facções criminosas, isso tem potencializado ainda mais o estado emocional destes trabalhadores – finaliza.
Agradecimento
Sindicato dos Servidores Penitenciário do Estado de Mato Grosso (Sindspen-MT) agradece as servidoras Jemima Camargo e Ivanilda Sabino pela a iniciativa de implementar a ideia de convidar os servidores da segurança pública, em especial o Policial Penal, a participar do ciclo de atividades educacionais sobre prevenção ao suicídio do Policial.
A iniciativa que desenvolverá atividades direcionadas ao policial contribuirá de forma direta para reduzir estes números – junto a campanha do Setembro Amarelo, cresceu e hoje é possível vislumbrar mais essa conquista. Para isso, o apoio do sindicato e de toda a sociedade é fundamental.