Em processo de aposentadoria, o policial penal Glademir Jacó da Rocha já passou por diversas situações na carreira. Rebeliões, falta de estrutura e até disputa de poder político dentro das unidades penitenciárias. Para ele, o que fez a diferença para a melhoria do trabalho foi a união da categoria, que junto com o Sindicato dos Servidores Penitenciários de Mato Grosso (Sindspen), avançou em importantes conquistas.
Glademir está no sistema penitenciário há 21 anos. Ingressou no cargo por concurso público e ali decidiu fazer a diferença, não só na vida dos reeducandos, como na dos colegas.
“De quando eu comecei a trabalhar até hoje, viemos engatinhando nas conquistas. Muito servidor que chega hoje na carreira e acha que foi porque o governo quis dar benefício. Mas se não fosse a gente se unir e lutar, ainda estaríamos nas condições precárias de 20 anos atrás”, conta o policial penal.
Entre as conquistas coletivas para a categoria, ele cita a mudança na jornada de trabalho. “Quando eu entrei o plantão era de 24 horas e folgava outras 24 horas. Depois passou para o regime 24h/48h, até chegar ao atual de 24 horas por 72 horas. Também melhoramos o plano de carreira. Muita coisa mudou, mas precisamos continuar lutando”.

Ele lembra que quando ingressou na carreira a maioria dos servidores eram contratados, o que acabava criando disputas políticas dentro das unidades penitenciárias. “Juntava um grupo de contratados e tentava ir contra o concursado. Tinha muita guerra política. Lutamos muito para conseguir que os concursados fossem os diretores e também para que deixassem de ter contratados. O sistema passou a funcionar muito melhor depois disso”.
O policial penal enfatiza que todas as melhorias na carreira e no sistema são fruto de muita luta. “Nunca foi por bondade do governo, sempre foi por luta. E se a categoria não continuar lutando, vai perder o que conquistou. Querem terceirizar, privatizar e enfraquecer o sistema”.
Na luta por mais direitos e também para garantir as conquistas, Glademir reconhece a importância do Sindspen. “Toda categoria tem que ter sindicato para ser forte. É algo que sempre foi importante e é ainda mais atualmente. Porque não basta ter conquistas, tem que continuar na luta, porque ainda há muito a se melhorar”.
Fonte: Conecte Relações Públicas